O drama de Lucas, que em outubro completa 13 anos, que sofreu um acidente de trânsito em janeiro de 2023, e de sua família parece não ter fim. O menino segue aguardando uma cirurgia definitiva no calcanhar há mais de sete meses, após diversas tentativas frustradas de tratamento em Campo Grande.
Em março deste ano, o TopMídiaNews já havia noticiado a luta da família. Desde então, pouca coisa mudou. A mãe, Michelly Morais Barbosa, afirma que a situação se arrasta por entraves burocráticos, negativas hospitalares e a suspensão de cirurgias eletivas na Santa Casa.
Lucas já passou por duas cirurgias de lipoenxertia, realizadas em julho e agosto de 2024, nas quais médicos utilizaram gordura abdominal para tentar recuperar a região do calcanhar. No entanto, o procedimento não teve resultado por conta da demora das outras quatro cirurgias. “O corpo reabsorveu toda a gordura. Ou seja, voltou ao zero”, lamenta a mãe.
Sem sensibilidade ao tato na área afetada, o menino chegou a abrir uma ferida após 15 dias andando com palmilha e calcanheira, o que aumentou o risco de osteomielite (infecção óssea).
Após consultas com cinco ortopedistas e quatro cirurgiões plásticos, a recomendação é clara: Lucas precisa de uma microcirurgia reconstrutiva, procedimento que não é realizado pelo SUS em Campo Grande. “Fizemos até teleconsulta com médicos de Curitiba, e eles confirmaram a necessidade da microcirurgia”, explica Michelly.
A família enfrenta ainda entraves judiciais. Segundo a mãe, houve uma recusa anterior porque o nome de Lucas já constava na Santa Casa, mas a cirurgia solicitada lá não atende mais ao caso. O advogado da família ingressou com um processo, mas o caminho escolhido é mais demorado, envolvendo perícia e burocracias.
Enquanto isso, Michelly procura alternativas em outros estados, já que em Curitiba o SUS realiza esse tipo de procedimento.
O tratamento tem pesado no bolso da família. Só com consultas particulares e exames, foram cerca de R$ 5 mil este ano. Antes, Michelly chegou a arrecadar R$ 80 mil em uma vaquinha, valor usado na primeira cirurgia, em curativos, que custavam R$ 200,00 cada, e em sessões de oxigenoterapia hiperbárica, que saíram por R$5 mil.
Agora, ela calcula a necessidade de ao menos R$7 mil para três meses de fisioterapia, fundamentais para que o menino não sofra complicações na postura em meio ao estirão da puberdade.
Apesar das dificuldades, Michelly se mantém firme. “Tenho confiança em Deus, que tem sempre o melhor para nós, mas preparo a cabecinha dele para os mistérios da vida”, diz.
Enquanto a cirurgia definitiva não acontece, Lucas segue aguardando uma chance de recuperar a mobilidade e voltar a viver a infância interrompida pelo acidente
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