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sexta-feira - 19/12/2025

Prefeito de SC dá R$ 800 mil para criminosos que prometeram “multiplicar o dinheiro”.

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Prefeito de SC dá R$ 800 mil para criminosos que prometeram “multiplicar o dinheiro”.
Um prefeito de Santa Catarina foi vítima de um estelionato que envolveu quase R$ 900 mil em dinheiro vivo e terminou com a prisão dos suspeitos em Itapema, no Litoral Norte do estado.
O caso ocorreu no domingo (14) e reúne versões distintas apresentadas pela vítima e pelos homens detidos.
Por volta das 17h05, o prefeito de Armazém, Luiz Paulo Rodrigues Mendes, de 53 anos, procurou as autoridades após perceber que havia sido enganado durante uma negociação comercial. O encontro ocorreu em seu escritório, localizado na Rua Oscar Francelino Mendes, no bairro Vila Medianeira.
De acordo com a versão da vítima, ele negociava a compra de sacas de milho para sua agropecuária. O produto, segundo os interlocutores, seria proveniente de uma fazenda no estado de Goiás. Dois homens compareceram ao local se apresentando como representantes da suposta fazenda, utilizando inicialmente os nomes de Fábio e Luiz Felipe.
Ainda conforme o relato do prefeito, o pagamento foi combinado em dinheiro, com a promessa de que a entrega do milho ocorreria logo após a quitação. No escritório, foi feita a conferência do valor, que somava R$ 865 mil em espécie.
Em determinado momento, a vítima alega ter informado que precisou se ausentar rapidamente para ir ao banheiro. Ao retornar, segundo o relato, percebeu que os dois homens haviam fugido levando todo o dinheiro. Eles deixaram o local em um VW TCross branco, tomando rumo desconhecido.
As informações foram repassadas às forças de segurança, que iniciaram buscas pelo automóvel. Pouco tempo depois, em ação estratégica da Inteligência da Polícia Militar de Santa Catarina, por meio do 12º Batalhão, em conjunto com a Guarda Municipal de Itapema, o veículo foi localizado trafegando pela BR-101, onde acabou sendo abordado por guarnições da ROMU e do Canil.
Durante a abordagem, os agentes encontraram no porta malas uma mala com código. Ao ser aberta, havia outra mala, também trancada, contendo o dinheiro acondicionado em um invólucro de acrílico. O valor apreendido correspondia à quantia informada pela vítima.
Os ocupantes do carro foram identificados como Charles Souza Aragão, de 47 anos, morador de Brasília, e Welton da Silva Leite, de 51 anos, natural de Juiz de Fora (MG). Ambos receberam voz de prisão no local.
Na versão apresentada pelos envolvidos aos agentes no momento da abordagem, os dois homens afirmaram que o dinheiro não havia sido subtraído de forma fraudulenta. Segundo eles, a quantia teria sido obtida em uma negociação voluntária com o prefeito de Armazém. Relataram que conseguiram o contato do político pela internet, pelo fato de ele ser uma figura pública, e que o encontro ocorreu na residência ou escritório do próprio prefeito.
Os suspeitos alegaram ainda que realizaram simulações para demonstrar uma suposta negociação financeira, na qual o valor entregue seria multiplicado em até cinco vezes. Segundo a versão deles, o prefeito teria aceitado participar do acordo. Questionados sobre detalhes do funcionamento da negociação, preferiram não aprofundar explicações.
Em relação ao veículo utilizado, Charles e Welton afirmaram que o carro teria sido alugado por um terceiro identificado apenas como José, que teria deixado o automóvel em uma rua lateral próxima ao Shopping Beira Mar, em Balneário Camboriú, dias antes. Disseram que pegaram o veículo na manhã do próprio domingo, por volta das 9h ou 10h, após obterem o contato desse terceiro por meio de conhecidos encontrados em uma feira em Brasília.
Os dois também informaram que pretendiam seguir até o aeroporto de Florianópolis, onde dividiriam o dinheiro antes de retornar às suas cidades de origem. Alegaram que erraram o caminho e só perceberam o erro no momento em que foram abordados em Itapema.
Diante dos fatos, os dois homens foram conduzidos à Central de Polícia, juntamente com o dinheiro apreendido e o veículo. O caso foi registrado como estelionato e segue sob investigação.
A investigação irá apurar as versões apresentadas pela vítima e pelos envolvidos, verificar a origem da negociação, a real identidade utilizada pelos suspeitos, a procedência do dinheiro e a existência de possíveis outros participantes no esquema.
Jornal Razão

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